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segunda-feira, 2 de abril de 2012

COLONIZAÇÃO ESPANHOLA - 8º ANO

Após a chegada de Colombo na América em 1492 e, em função, do interesse espanhol na busca de metais preciosos foram organizadas, no século XVI, várias expedições com o objetivo de reconhecer e conquistar o continente americano.
Uma destas expedições (1519), foi a do fidalgo Hernan Cortés que tinha o objetivo de saquear a civilização asteca. Cortés dominou o México destruindo uma brilhante civilização, saqueando suas riquezas, exterminando a população indígena e submetendo ao trabalho forçado os sobreviventes, até eliminá-los com maus-tratos, doenças e fome.
A civilização maia foi dominada pelos espanhóis a partir de 1523, quando Pedro Alvarado, enviado de Cortés chegou na península de Yucatán, na América Central. Os maias foram submetidos ao trabalho forçado, perderam sua identidade cultural e acabaram destruídos.
Os incas habitavam na América do Sul tendo como centro de seu império, o Peru. Quando os espanhóis chegaram (1531) comandados por Francisco Pizarro e Diego Almagro, o império encontrava-se enfraquecido devido a luta dos irmãos Huáscar e Atahualpa pelo poder. Este enfraquecimento auxiliou a dominação. Mesmo assim somente 40 anos depois, com a morte do último imperador, Tupac Amaru, o império inca terminou.
A maior conseqüência da conquista européia na América foi o genocídio dos povos pré-colombianos. Quando os europeus chegaram haviam 80 milhões de nativos e um século depois menos de 10 milhões de habitantes.
 
A Sociedade colonial espanhola
Socialmente, havia dois grupos: os brancos privilegiados.
-Chapetones: espanhóis nascidos na Espanha. Ocupavam os melhores cargos administrativos e também militares.
-Criollos: espanhóis nascidos na América. Formavam a elite proprietária (donos das propriedades rurais e das minas)e eram excluídos dos cargos dirigentes.
O Povo era composto por mestiços, índios e escravos que representavam a força produtiva, trabalhavam para enriquecer seus senhores.
 
A Economia
A economia predominante na América espanhola era de base mineradora, baseada no Pacto Colonial. Para que a fiscalização fosse efetiva, foi instituído o sistema de porto único, ou seja, toda mercadoria originária das colônias americanas deveriam desembarcar, obrigatoriamente, no porto de Cádiz.
A organização do trabalho indígena se deu através da Mita e da Encomienda. Em outras regiões onde escasseavam os indígenas, foi introduzida a escravidão negra.
- Encomienda: tipo de trabalho usado na agricultura, sem salário, obrigatório.
- Mita: tipo de trabalho temporário (4 meses por ano) e obrigatório do índio nas atividades mineradoras, era um trabalho realizado em condições precárias e tinha características de trabalho forçado. O salário era reduzido.
Na agricultura, destacavam-se os plantation, latifúndios voltados para o mercado externo (açúcar, tabaco, cacau) e as hanciendas, latifúndios que visavam o mercado local e produziam trigo, milho, lã e erva-mate.
A Espanha, nesta época, ainda era um país basicamente feudal. Por isso, o ouro e prata iam principalmente para o estado e a nobreza, pouco influenciando a burguesia. Com esta riqueza a Espanha importava manufaturas inglesas ao invés de investir no seu setor produtivo. Uma frase sintetiza esta situação: “O ouro deixou buracos na América, palácios na Espanha e fábricas na Inglaterra”. Além disso, o contrabando rolava solto na América, levando também grande parte do ouro espanhol.
 
A Independência na América Espanhola
No final do século XVIII e início do século XIX, o pensamento iluminista de liberdade econômica e política derrubou os entraves para que ocorresse o avanço do capitalismo.
Alheio às mudanças que ocorriam, o Império Colonial Espanhol continuava com as mesmas condições políticas e econômicas do início da colonização.
A colônia continuava sob o pacto colonial que a impedia de produzir manufaturas e a obrigava a comerciar diretamente com a metrópole.
A sociedade colonial estava dividida em: Chapetones (espanhóis, nascidos na metrópole, e que vinham para a América, atuar nos mais altos cargos políticos e econômicos); Criollos (descendentes de espanhóis, nascidos na América. Eram grandes proprietários rurais e mineradores, mas estavam excluídos do comércio exterior e não tinham participação política ou social, pagavam elevados tributos e defendiam o liberalismo econômico e político); Mestiços (branco/índio),artesãos e criados domésticos; Massa indígena e Escravos Negros.
Na segunda metade do século XVIII, surgiram algumas tentativas de lutar contra a opressão dos colonizadores portugueses e espanhóis. No Peru, sob a liderança de Tupac Amaru, a revolta foi sufocada. No Brasil, com a participação de Joaquim José da Silva Xavier, ocorreu a Inconfidência Mineira, sufocada com violência.
Neste período, surgiram líderes que compreenderam a necessidade de união da elite Criolla com o restante da população.
Simon Bolívar e San Martin foram os nomes que se destacaram na luta pelas emancipação das colônias latino-americanas.
Em 1811, o Paraguai se torna independente. Em 1817, San Martin liberta o Chile. Em 1821 o Peru se torna independente. A Bolívia em 1825.
Os movimentos de independência das colônias espanholas na América foram sangrentos e com base no endividamento externo, gerando governos autoritários. As guerras de independência puseram em evidência, na América Espanhola, a figura do “caudilho”, chefe político e militar, cuja atuação política baseava-se na autoridade pessoal forte e paternalista perante o povo, na utilização de exércitos pessoais na repressão às camadas populares rebeldes e nas disputas entre oligarquias, na manutenção do poder político por meio de eleições fraudulentas e na permanência do modelo agro-exportador. O “caudilhismo” era fruto da anarquia política, da desordem e do atraso econômico.
A situação da América Latina permaneceu sem alterações após a independência. Não houve desenvolvimento industrial e estes países continuavam exportando matéria-prima e importando produtos industrializados europeus, agora mais diretamente da Inglaterra. O controle do poder passou para as mãos da oligarquia rural, dos Criollos. A grande massa populacional continuou sendo explorada nos latifúndios agrícolas. Índios e mestiços, que participaram do processo de independência, foram excluídos do poder.