Só pesquisa

sexta-feira, 30 de março de 2012

AS VESTIMENTAS FEMININAS COMO ADVENTO DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

O Continente Europeu sofreu terrivelmente com a Primeira Guerra Mundial. A guerra sempre foi sinônimo
da mais forte expressão da dor, pois ceifa, arruína, destrói vidas, família, tudo por onde passa. Mais de
vinte milhões de pessoas morreram nesse conflito, a economia ficou paralisada e gerou o caos
inflacionário, grandes epidemias ocorreram, houve decréscimo de produção de alimentos e,
consequentemente, fome. Uma sociedade em tempos de guerra sofre muitas e severas transformações.
A partir desse cenário as mulheres foram observadas de outra forma. Elas, historicamente repelidas a um
papel reduzido socialmente, passaram a ter destaque como propulsoras de uma sociedade decadente,
onde os homens deixavam suas famílias, lares, pátria, para ir ao “front”. Neste momento acompanhou-se
a passos lentos a libertação da mulher e o declínio do prestígio familiar e cristão. Apareceu um novo
modelo de casamento.
Quando o homem voltou da guerra mudou em muito o seu comportamento no contexto familiar, ele
passou a participar mais das tarefas domésticas. E a mulher, ao encarregar-se dos cargos de trabalho
fora de casa, enquanto os homens estavam fora, aprenderam as funções do mercado de trabalho
adquirindo certa independência econômica que as levou a reclamar os mesmos direitos que os homens
tinham.
A vida social ficou limitada. Os belos espetáculos praticamente desapareceram, com isso a moda
feminina ficou menos elaborada e consequentemente menos enfeitada. Diante de mudanças radicais e
de um cenário sem esperança, as mulheres buscaram preencher suas insatisfações, aflições, por meio
da preocupação com a sua aparência física e mudanças na vestimenta feminina. 
Muitas das novas ocupações com o trabalho exigiram uniformes, incluindo calças. Assim, uma visão
militarista invadiu os figurinos de moda, como jaquetas com estilo militar, cintos e palas. Os estilistas
eram inspirados pelo momento em que viviam. Nesse contexto podemos dizer que a Europa viveu dias
de grande espírito criativo no mundo da moda. Muitos estilos inovadores nasceram dessa paisagem
crítica, como a da jovem Gabrielle Chanel, mais conhecida como “Coco Chanel”.
Nessa época, o espartilho foi deixado para trás e foi substituído pela cinta elástica, a quantidade de
tecido das roupas diminuiu em razão da falta de matéria-prima e de grande parte das fábricas estarem
fechadas devido à guerra. Assim ocorreram adaptações nas vestimentas femininas. As roupas ficaram
mais curtas, as calças, mais largas; as saias e casacos, retos. Em 1915 a altura das saias ficou um pouco
acima dos tornozelos.
Os chapéus diminuíram de tamanho e eram pouco enfeitados, bem discretos. Esses chapéus viraram
moda e passaram a ser chamados de chapéus “cloche”; especialmente criados para acompanhar os
cabelos curtos e penteados que estavam na moda la garçonne. Esse modelo acentuava um estilo
esportivo e prático. Na maquiagem, a tendência era o batom.  A boca era carmim, em forma de
coração. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas tiradas e o risco pintado a lápis. O intuito da
maquiagem era que a pele ficasse bem branca.
As cores neutras e a cor negra preponderaram nos anos da guerra, contrastando com o cenário
lastimável da guerra, um sinal da falta de esperança, desolação e de morte. Fatos interessantes
ocorreram no período, como a publicação de revistas de moda apresentando modelos de roupa para o
luto em páginas inteiras. Foram organizados diversos desfiles de moda com o intuito de arrecadar
fundos aos esforços de guerra e também aos desprotegidos e aos refugiados.
Podemos dizer que a vida simplificou-se e não parou. Isso quer dizer que “A Primeira Guerra Mundial”
devastou e ao mesmo tempo inovou o mundo da moda. A guerra trouxe carência, simplicidade e
severidade para a população e, naturalmente, afetou a beleza e a moda.  A história da moda sempre
esteve unida às transformações sociais, distinguindo classe, idade, momento. Consequências de um
tempo onde a desordem imperava.
 

 

ATIVIDADE:IMAGEM E TEXTO COMO FONTES HISTÓRICA


Nas trincheiras de Verdun – França
         "Com os pés enterrados, sacudo pedaços de barro gelado que me pesam nas mãos... Retomo a minha marcha, as pernas abertas, atravessando a terra mole desbarrancada, sondando prudentemente a lama que esconde buracos. Apesar de tudo, às vezes, o lugar onde lancei meu impulso se desmancha, o barro puxa minha perna, a agarra, a paralisa; tenho que fazer um grande esforço para libertá-la. Do fundo do buraco que logo se encheu de água, meu pé tira uma confusão de fios onde reconheço a linha telefônica.
Soldados em
tricheira, Verdun, França
Justamente aí aparece o telefonista encarregado de consertar as linhas, tem o rosto contraído pelas agulhas geladas da chuva:"Que caos! Não sobrou nada aí dentro! Só barro e cadáveres!". Sim, cadáveres. Os mortos nos combates de outono, que haviam sido enterrados superficialmente na barreira de proteção da trincheira, aparecem aos pedaços nos desprendimentos de terra".

Fonte: Texto adaptado de Paul Tuffrau. 1914-1918, quatre années sur le front : Carnets d'un combattant. Paris: Imago, 2004.

Para saber mais:Durante 10 meses, ao redor de 300 dias, do 21 de fevereiro ao 19 de dezembro de 1916, alemães e franceses protagonizaram na Primeira Guerra Mundial aquela que foi considerada a mais longa, violenta e mortífera de todas as batalhas que a história militar registrou. Travada ao redor da antiga cidadela de Verdun, em território francês, ela passou a ser, para aqueles que dela participaram, sinônimo de inferno, o Inferno de Verdun. Uma hecatombe que devorou durante o ano de 1916 a vida e a saúde de mais de 700 mil soldados. Cifra de baixas impressionante, tratando-se de uma só batalha, mais do que em qualquer outro momento da história.
Fonte: Voltaire
Schilling – O inferno de Verdun. In: - Acesso em Junho de 2006.

Temos dois testemunhos da guerra de trincheiras. Na foto, vemos soldados no front de Verdun. O texto foi escrito por um soldado francês.

1. Descreva a fotografia. Onde estão os soldados? O que estão fazendo? Em que condições está o local?
2. Faça um breve resumo do texto de Paul Truffau.
3. Relacione o texto com a foto, inserindo-os em seu contexto histórico (o front ocidental na 1ª Guerra).
4. Escreva uma pequena redação imaginando a você mesmo em uma trincheira da 1ª Guerra Mundial

A VIDA NAS TRINCHEIRAS

A vida nas trincheiras mostra uma das mais terríveis faces da Primeira Guerra Mundial


        Antes que a Primeira Guerra Mundial acontecesse, as várias nações envolvidas neste conflito se preparavam com uma opulenta tecnologia militar. Dessa forma, quando a “Grande Guerra” eclodiu, em 1914, o tempo de movimentação das tropas durou muito pouco tempo. Estava claro que ambos os lados eram belicamente poderosos e que o menor avanço territorial só aconteceria ao custo de milhares de vidas.

Dessa forma, os soldados de ambos os lados passaram a cavar trincheiras de onde tentavam, ao mesmo tempo, se proteger e atacar. Geralmente, uma trincheira era aberta pela tropa e contava com cerca de 2,30 metros de profundidade, por dois metros de largura. No ponto mais alto, eram colocados sacos de areia e arames farpados que protegeriam os soldados das balas e dos estilhaços das bombas. Além disso, um degrau interno chamado “
fire step” permitia a observação dos inimigos.

Para que as tropas inimigas não conseguissem conquistar uma trincheira em um único ataque, os soldados tinham o cuidado de não construí-las em linha reta. Trincheiras auxiliares e perpendiculares também eram construídas para que o tempo de reação a um ataque fosse ampliado. Apesar da proteção, uma bomba certeira ou uma rajada de tiros oportuna poderia deixar vários soldados feridos. As mortes repentinas e os ataques inesperados eram constantes.

Além do poder das armas, a própria trincheira era outra inimiga para os soldados que se amotinavam naquele espaço insalubre. Os mortos que se acumulavam nas trincheiras eram um grande chamariz para os ratos que se alimentavam da carne pútrida dos corpos. Entre as doenças usualmente contraídas nas trincheiras se destacavam a “febre de trincheira”, reconhecida por fortes dores no corpo e febre alta; e o “pé de trincheira”, uma espécie de micose que poderia resultar em gangrena e amputação.

Entre duas trincheiras inimigas ficava a chamada “terra de ninguém”, onde arame farpado e corpos em decomposição eram bastante recorrentes. A presença naquele território era bastante arriscada e só acontecia pelo uso de frentes muito bem armadas. Geralmente, um soldado assumia várias funções no campo de batalha, tendo suas forças utilizadas para o combate, a manutenção das tropas, o apoio reserva e nos terríveis dias que passavam na própria trincheira.

Mais que uma simples estratégia militar, as trincheiras representavam intensamente os horrores vividos ao longo da Primeira Guerra Mundial. Submetidos a condições de vidas extremas, milhares de soldados morreram em prol de um conflito em que a competição imperialista era sua razão maior. Pela primeira vez, a capacidade dos homens matarem atingiu patamares que abalavam aquela imagem de razão e prosperidade que justificava o capitalismo monopolista.




PESQUISA: APARATOS BÉLICOS

¥Canhão de longo alcance
¥Morteiro
¥Fuzil
¥Metralhadora
¥Tanque de guerra
¥Submarino
¥Encouraçado ou couraçado
¥Avião
¥Balão dirigível
¥Gases tóxicos
¥Granada de mão
¥Lança-chamas
 
-Formar grupos de até 3 componentes;
-Escolher um tema para pesquisa;
-Apresentar um cartaz (color set preto) com imagens do tema da pesquisa;
-Deverá apresentar as seguintes informações sobre a pesquisa: origem, características de funcionamento, como foi utilizado durante a Primeira Guerra e a fonte de pesquisa (site, livro, revista...que lhe serviu de pesquisa);
-Professora entregará o modelo do cartaz.
 
PARA COMPLETAR SUA PESQUISA:
¥Tema 1: Canhão de longo alcance – O canhão existe desde o século XIII, mas adquiriu, na Primeira
Guerra, mais longo alcance e precisão; causou mais mortes do que qualquer outro armamento.
Destacou-se o alemão Grande Bertha, capaz de bombardear o alvo a 120 quilômetros de distância; com
ele, os alemães bombardearam Paris.
¥ Tema 2: Morteiro – O morteiro, uma espécie de canhão de curto alcance, é um artefato que lança
projéteis com grandes ângulos de elevação. Foi desenvolvido na Primeira Guerra Mundial,
especialmente para ser usado na guerra de trincheiras.
¥ Tema 3: Fuzil – O fuzil é uma arma de fogo portátil, de cano longo, que dispara projéteis giratórios.
Foi a arma de fogo padrão do Exército norte-americano na Primeira Guerra Mundial, pois disparava
com maior alcance e precisão.
¥Tema 4: Metralhadora – Criada em 1890, nos Estados Unidos, é uma arma de fogo automática que
em pouco tempo dispara numerosos projéteis; era colocada nos aviões, nos tanques de guerra e
camuflada nas trincheiras
¥Tema 5: Tanque de guerra – Com projeto inglês, é considerado um dos fatores decisivos para a
vitória da Entente na Primeira Guerra; é um veículo de combate blindado, dotado de armamentos, que
desequilibrou a guerra de trincheiras.
¥ Tema 6: Submarino – No século XVIII, na Guerra da Independência dos Estados Unidos, foi
construído o primeiro submarino com objetivos militares. Porém, no início do século XX, os alemães
os tornaram muito mais eficientes: movidos a óleo diesel e com periscópios muito precisos. Na
Primeira Guerra, eram utilizados para afundar os navios da Entente, que desenvolveu sonares para
detectá-los e projéteis a serem lançados para atingi-los no fundo do mar.
 
¥Tema 7: Encouraçado ou couraçado – Após o desenvolvimento de protótipos desde a metade do
século XIX em diferentes países, um projeto inglês de 1906lançou o encouraçado, um navio de
guerra de grande tonelagem, blindado e armado com artilharia pesada, principalmente canhões de
longo alcance.
¥Tema 8: Avião – A invenção de Santos-Dumont foi utilizada no início da Primeira Guerra, para
orientar os tiros da artilharia, em missões de reconhecimento,tomada de fotografias e identificação
de alvos. Depois, surgiram os aviões de perseguição, chamados aviões de caça, dotados de
metralhadoras no “nariz”, cujas cabines eram abertas.
¥ Tema 9: Balão dirigível – Balão gigantesco, de até 150 a 160 metros de comprimento, foi usado
principalmente pelos alemães e produzido pelo Conde Ferdinand von Zeppelin. Efetuou os primeiros
ataques de bombardeios sobre Londres, entre 1915 e 1917. A altitude em que voavam não permitia
que aviões aliados pudessem atingi-los. Porém, o desenvolvimento de projéteis de metralhadora
revestidos de fósforo incendiário inviabilizou os zepelins, que continham gás hidrogênio, altamente
inflamável
¥Tema 10: Gases tóxicos – Os alemães inauguraram, em 1915, o uso de gases tóxicos, lançando
sobre Ypres, na Bélgica, o gás cloro, asfixiante; depois também foi utilizado o gás mostarda, que
ataca as vias respiratórias e provoca bolhas e queimaduras na pele, além de cegueira temporária; se
aspirado em grande quantidade, também provoca asfixia. Até o fim da guerra, os dois lados usaram
gases tóxicos e foram desenvolvidas máscaras contra gases.
¥Tema 11: Granada de mão – A granada de mão é um artefato com câmara interna que leva uma
carga explosiva. Um pino de segurança é retirado da granada antes que ela seja lançada, acionando
o dispositivo que dispara a espoleta. Foi uma das armas mais revolucionárias da Primeira Guerra
Mundial, dando aos soldados a possibilidade de atingir um inimigo abrigado em trincheiras. A
granada Mills foi introduzida em 1915 e 68 milhões de unidades foram produzidas na Primeira
Guerra.
¥Tema 12: Lança-chamas – É um aparelho projetado para lançar uma chama longa e controlável;
foi utilizado primeiramente pelos alemães. O fogo é causado por uma reação química entre duas ou
mais substâncias, normalmente o oxigênio do ar e algum tipo de combustível, como gasolina